segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Divulga resultado do estudo sobre os serviços prestados pelo SUS

Ipea divulga resultado do estudo sobre os serviços prestados pelo SUS

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quarta-feira, 9, um estudo cujo objetivo foi avaliar a percepção da população sobre serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foram ouvidas 2.773 pessoas no período de 3 a 19 de novembro de 2010 e a amostragem considerou a distribuição dos domicílios no Brasil e as variáveis como sexo, faixa etária, faixas de renda e escolaridade. A pesquisa também incluiu perguntas sobre planos e seguros privados de saúde.

Entre os que fizeram uso do Sistema Único de Saúde nos últimos 12 meses, a proporção de opiniões de que os serviços são “muito bons” ou “bons” foi maior, registrou um índice de 30,4% e dos que não usufruíram dos serviços, 19,2%. O estudo aponta que 42,6% dos brasileiros classificam os serviços oferecidos pelo SUS como "regulares". A proporção de entrevistados satisfeitos ficou em 28,9%, e a de insatisfeitos, em 28,5%. No geral, em ambos os grupos, predominam as avaliações do SUS como regulares.

O estudo também revelou que o Programa Saúde da Família foi o serviço com maior aprovação, 80,7% consideraram “muito bom” ou “bom”. As outras avaliações foram 14% como "regular" e 5,4% como "ruim" ou "muito ruim". A distribuição de medicamentos foi o segundo item mais aprovado, apontado pelo estudo, com índices de 69,6% e 11% de avaliações positivas e negativas, respectivamente. Médicos especialistas obtiveram aprovação de 60.6% dos usuários entrevistados, sendo reprovados por 18,8% das pessoas ouvidas pelo Ipea.

Em defesa do SUS – Na visão do Conselho Nacional de Saúde (CNS) o Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas de saúde do mundo e também uma arma poderosa na diminuição das desigualdades sociais. Ao contrário do que se diz, o SUS não é só miséria e dificuldade de acesso.

Conhecido e árduo defensor do SUS, o CNS não só acompanha assiduamente as ações do Sistema pelo País como defende em sua Agenda Política, disponível no site, a Regulamentação da EC nº 29, como o aporte de recursos mais adequado para do SUS, a Criação da Carreira Única de Saúde, base estruturante para formação da equipe multiprofissional, o Serviço Civil em Saúde, incentivando e fortalecendo o comprometimento com o SUS, a Autonomia Administrativa e Financeira dos Serviços SUS, criando condições para que os serviços sejam prestados com racionalidade, agilidade e presteza, a Profissionalização da Administração e Gestão do SUS, cujo objetivo é qualificar e agilizar a gestão do Sistema, além de valorizar e qualificar os quadros do SUS. A Agenda é extensa e uma leitura obrigatória para aqueles que também defendem e acreditam no SUS.

Para o presidente do Conselho, Francisco Batista Júnior, o Programa de Saúde da Família - uma das políticas mais bem avaliadas na pesquisa realizada - é a prova indiscutível de que o que é executado de forma qualificada por uma equipe multiprofissional em saúde, traz sempre resultados positivos. "O Programa de Saúde da Família, mesmo com suas limitações que são notórias, atua de forma harmônica com profissionais que são protagonistas coletivos, e fazem ações de saúde qualificadas, diferenciadas e com ênfase na prevenção de doenças e promoção da saúde. Esse é o paradigma que deve nortear todo o Sistem em todas as suas nuances".

Francisco Batista Júnior considera que “a população brasileira ainda desconhece o papel fundamental da equipe multiprofissional em saúde. Esse um dos mais graves problemas do SUS”. E avança, “as dificuldades de acesso a profissionais médicos se deve a falta do trabalho multiprofissional em sua essência, de uma carreira no SUS e ao fato do SUS estar colocado a serviço dos interesses privados. A prioridade hoje é pagar a empresas privadas para realizar serviços que são da responsabilidade do estado e mais, gerirem os serviços da própria rede do Sistema.” E finaliza seu posicionamento declarando de forma convicta, "essa lógica estabelecida é impossível de ser financiada plenamente e em consequência, de atender as necessidades dos trabalhadores e da população".

Um comentário:

SALAZAR disse...

A referida pesquisa, demonstra que apesar da ESF ainda ser uma proposta recente de reorganzação da Atenção Primária em Saúde e de todas as dificuldades enfrentadas, a população/clientes já apontam como positivo os serviços da ESF.